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TRISTEZA PARASITÁRIA DOS BOVINOS

2022-07-04 11:44:08
Labovet
01
Sep2020
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Um desafio terapêutico

Conheça a Tristeza Parasitária dos Bovinos

A Tristeza Parasitária dos Bovinos (TPB) é considerada um complexo de doenças compreendendo duas enfermidades bem conhecidas. São elas: a babesiose, causada pelos protozoários Babesia bigemina e Babesia bovis, e a anaplasmose causada pela Anaplasma marginale. Esses agentes etiológicos são hospedeiros do carrapato Rhipicephalus (Boophilus) microplus. Ainda, a anaplasmose pode ser transmitida mecanicamente também por dípteros hematófagos e por fômites.

Ademais,  a TPB é responsável por grandes prejuízos econômicos pelas altas morbidades e mortalidades em rebanhos, queda na produção de leite, diminuição do ganho de peso, além de gastos com controle e profilaxia. Por isso, Bovinos que permanecem muitos dias doentes, dificilmente recuperam seu estado de higidez e melhora orgânica na plenitude.

Sinais Clínicos

Dentre os principais sinais clínicos apresentados pelos animais, destacam-se anemia hemolítica progressiva, icterícia, febre, apatia, inapetência e taquipneia. Além destes, observa-se também aborto, relatado na anaplasmose; além de hemoglobinemia e hemoglobinúria, observados na babesiose, que geralmente evoluem para a morte do animal. A dinâmica da infecção é dependente de fatores como a população de carrapatos, sua capacidade de transmissão, e a suscetibilidade dos bovinos, que pode variar de acordo com a raça, idade, estado fisiológico e imunológico dos animais.

Dito isso, a suscetibilidade dos animais aos agentes da Tristeza Parasitária dos Bovinos (TPB) é influenciada também por outros fatores, destacando-se o estresse ambiental e, nos primeiros meses de vida pela imunidade passiva inadequada. Geralmente, os casos clínicos são mais graves em bovinos adultos, uma vez que os animais jovens, até os seis meses de idade, apresentam maior resistência natural à infecção. Além disto, em áreas de instabilidade, a ausência de vetores em determinada época do ano suspende a transmissão contínua dos agentes da TPB aos bovinos, principalmente em animais jovens, fazendo com que a soroconversão ocorra em faixas etárias elevadas.

Bezerro acometido com a Tristeza Parasitária Bovina

Diagnóstico

O diagnóstico destas enfermidades baseia-se na pesquisa direta do agente em esfregaços sanguíneos na fase aguda da doença, além de métodos sorológicos como a Reação de Imunofluorescência Indireta (RIFI); e moleculares como a Proteína C Reativa (PCR), mais empregadas na fase crônica. O estudo epidemiológico da babesiose e da anaplasmose bovina em uma determinada área pode revelar a possibilidade da ocorrência ou não de surtos.

Tratamento

O tratamento da babesiose consiste em eliminar os protozoários no paciente. Isso se dá através da aplicação de medicamentos à base de aceturato de diminazeno, dipropionato de imidocarb, diisetionato de amicarbalina e fenamidina. Um medicamento bastante utilizado é o dipropionato de imidocarb por apresentar efeito prolongado devido a sua lenta metabolização. Porém suas ações colaterais como diarreia, cólica e salivação são mais severas também. O aceturato de diminazeno pode ser usado contra B. bovis e B. bigemina na dose de 3,5 mg/kg intramuscular, protegendo o animal por duas a quatro semanas.

Quando há a associação da fenazona ao aceturato de diminazeno, os resultados no tratamento da babesiose são excelentes, uma vez que a fenazona é uma antipirina com atividade anti-inflamatória e principalmente analgésica, o que auxilia no controle da febre de bovinos enfermos. A preparação comercial do BABEZAM reúne os dois principais componentes no combate imediato da babesiose.

Por outro lado, para a anaplasmose, o tratamento é baseado na utilização de antibióticos, como a tetraciclina ou oxitetraciclina. A dose é de 2-4 mg/kg pela via intramuscular com 2-4 aplicações em intervalos de 21 em 21 dias. Mesmo os animais sendo tratados, podem se tornarem portadores crônicos da doença e, se curados, continuam suscetíveis à reinfecção.

Às vezes, a babesiose pode estar associada com a anaplasmose. Assim, é comum no tratamento a utilização de aceturato de diminazeno e oxitetraciclina nos animais que apresentam os sinais clínicos e quando não se podem aplicar testes sorológicos na região.

por Wilmar Sachetin Marçal
Professor Titular da Universidade Estadual de Londrina
Para ler o artigo na íntegra, clique AQUI!

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