A brucelose é uma zoonose infecto contagiosa causada por bactérias do gênero Brucella. É responsável por gerar grandes problemas sanitários e prejuízos econômicos por todo o território brasileiro. Os bovinos e bubalinos são os hospedeiros preferenciais da Brucella abortus, sendo transmitida principalmente pela compra de animais e participação em eventos, como feiras e exposições agropecuárias.
A doença atinge bovinos de todas as idades e de ambos os sexos, causando abortos, retenções da placenta, metrites, subfertilidade, infertilidade e nascimento de animais fracos.
O meio mais comum de introdução da brucelose num rebanho saudável é pela obtenção de bovinos infectados. A principal via de infecção do patógeno é o trato gastrointestinal, sendo que a ingestão do material resultante de aborto, parto e descargas uterinas de animais infectados são as fontes predominantes disseminadoras do agente no rebanho. Isso acontece devido a fatores como o hábito de um bovino sadio lamber a genitália de uma fêmea doente e a ingestão de alimentos contaminados pela urina, fezes de bezerros recém-nascidos, corrimento uterino, restos da placenta, líquidos fetais e restos fetais.
Os sintomas característicos da brucelose são principalmente a queda da produção de leite, redução da fertilidade, nascimento de bezerros fracos, retenção de placenta, corrimento vaginal, metrites, inflamação das articulações e aborto, comumente a partir do sexto mês de gestação. Após a primeira infecção, é grande a ocorrência de abortamento. Entretanto, nas gestações seguintes dos animais infectados vão diminuindo as chances de aborto, podendo inclusive não ocorrer. Porém, o animal continua eliminando a bactéria e atuando como fonte constante de contaminação através da vulva.
A brucelose é uma doença incurável e pode gerar perdas de até 75% do rebanho. Para evitar a contaminação do gado é de fundamental importância vacinar os animais e seguir algumas orientações:
– Vacinação das bezerras de três a oito meses de idade com a vacina contra brucelose Labovet composta por uma suspensão de Brucella Abortus, cepa B-19, viva atenuada liofilizada. A vacinação é obrigatória e deve ser comprovada por meio de atestado expedido por médico veterinário.
– Exame de todo o rebanho, pelo menos uma vez ao ano.
– Repetição do exame dos bovinos suspeitos três meses após o primeiro exame.
– Eliminação dos bovinos doentes, para o abate.
– Isolamento das vacas que abortarem.
– Recondução ao rebanho somente das vacas com exame negativo para brucelose.
– Consulta ao técnico, para providenciar ou orientar no envio de materiais específicos para exames laboratoriais.
– Enterro do material resultante do abortamento, que não foi enviado para o laboratório.
– Desinfecção com cal ou creolina de todo o material que teve contato com o feto, membranas fetais e líquidos fetais.
– Aquisição de animais somente em rebanhos (plantéis) livres da doença. Isso porque animais com exames de sangue (sorologia) negativos, oriundos de rebanhos que têm animais comprovadamente infectados, têm grande chance de também estarem doentes.
A sua propriedade está livre da brucelose? Gostou de saber um pouco mais sobre a doença? Deixe sua opinião nos comentários!