A hipocalcemia, também conhecida como Febre do Leite, é uma condição metabólica-nutricional comum em vacas leiteiras no período de parto e até 72 horas pós parto, acometendo normalmente animais do segundo ao quinto parto.
É um período delicado do qual ocorrem mudanças fisiológicas e hormonais, e uma dessas alterações está ligada à perda do cálcio no organismo, o que resulta em hipocalcemia e abre portas para várias doenças.
Hipocalcemia e a Importância do Cálcio Para a Saúde Animal
Grande parte do cálcio disponível está reunido nos ossos e o restante encontra-se em outros tecidos, participando de funções vitais. O nível de concentrações plasmáticas de cálcio deve estar em conformidade para que o animal tenha qualidade de vida.
O cálcio é responsável pelas atividades de contração muscular, condução nervosa, coagulação sanguínea, mineralização óssea, atividade enzimática e também é essencial na produção do colostro, tendo a sua maior concentração no puerpério.
Quantidades insuficientes do mineral podem acarretar em sérios problemas ligados à baixa concentração de cálcio, principalmente nesse momento crítico em que a vaca leiteira se encontra com diversas alterações metabólicas e fisiológicas para o crescimento e desenvolvimento do feto.
A hipocalcemia pode levar a sérias consequências para o animal, como: retenção de placenta, parto distócico e inflamações da glândula mamária e útero, como mastite e metrite.
Principais Sinais Clínicos
Os sinais clínicos são divididos em três fases:
- Na primeira fase a vaca permanece em pé, porém, apresenta sinais de hipersensibilidade e excitação. Sinais como: movimentos pendulares da cabeça, ataxia, mugidos, tremores musculares e dispneia com a respiração mantendo a boca aberta.
- Na segunda fase o animal é incapaz de permanecer em pé, mantendo-se apenas em decúbito esternal. Observa-se depressão, anorexia, temperatura corporal diminuída e taquicardia. Lembrando que o decúbito esternal com a cabeça voltada para o lado, encostada no flanco é particularidade de vacas com hipocalcemia.
- Na terceira fase as vacas apresentam perda de consciência evoluindo para coma, na maioria das vezes irreversível, constatado após o óbito do animal.
É importante salientar que a hipocalcemia, na grande maioria das vezes, também pode ser apresentada de forma subclínica, ou seja, quando o ruminante não demonstra qualquer sintoma, mas pode apresentar consequências posteriores a esse quadro.
Tratamento
No tratamento da hipocalcemia clínica, o cálcio deve ser administrado ao animal, preferencialmente por via endovenosa lenta. Outras vias de aplicação, como subcutânea e até mesmo oral, são utilizadas para manutenção ou prevenção de quadros. O borogluconato de cálcio e o gluconato de cálcio são os mais escolhidos para este procedimento.
Disponível no mercado, o Cálcio Glicosado do Labovet, possui em sua formulação cálcio, magnésio e dextrose, em concentrações ideais para atender às necessidades de animais em quadro de hipocalcemia.
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Texto: Samara Kalene
Médica Veterinária: Analaura Pereira – CRMV-SC 09126