A mastite bovina, ou mamite, é a inflamação do tecido das glândulas mamárias das vacas. Pode ser causada por lesões ou traumas no úbere, ou por microrganismos. Esses microrganismos podem ser bactérias, fungos, algas ou leveduras.
A mastite em vacas pode se manifestar, basicamente, de duas maneiras:
Nesse caso, há a presença de sintomas inflamatórios no úbere e tetas. Esses sinais podem ser inchaço, febre ou endurecimento da glândula mamária. Também, é possível notar alterações no leite (com menor volume secretado, grumos, pus ou aspecto aquoso).
Este é o tipo de mastite com maior prevalência. Estudos indicam que, para cada caso de mastite clínica há cerca de 20 a 40 casos de mastite subclínica. Na subclínica, há ausência de sintomas inflamatórios ou de alterações visíveis no leite, porém há significativa queda de produção.
Por isso, esse é o tipo mais perigoso de mastite bovina, e causa impactos econômicos consideráveis, principalmente quando não diagnosticada.
A Mastite Bovina é conhecidamente a maior causa de prejuízo para os produtores leiteiros. Isso ocorre, principalmente, devido à redução da produção leiteira, maior necessidade de mão de obra durante o manejo, descarte do leite de animais infectados ou em tratamento e substituição das vacas leiteiras cronicamente infectadas.
Segundo o Instituto BioSistêmico (2017), mesmo que seja muito difícil saber com precisão qual o real impacto econômico causados pela Mamite, sabe-se que o prejuízo se encontra na casa dos milhões de dólares no mundo todo, por ano. Ademais, 70 a 80% do prejuízo é causado pela Mastite Subclínica. Mas porque é tão difícil saber o número correto?
Para isso, precisaríamos calcular toda a diminuição de produção e comparar com o potencial máximo do rebanho quando saudável. Além disso, seria necessário saber o custo exato com medicamentos para controle, contenção e tratamento da doença. Tudo isso, e outras variáveis, são o fator de dificuldade no diagnóstico financeiro.
A redução de casos de mastite está intimamente relacionada com a higiene das instalações e do dia a dia da ordenha.
É importante que o produtor leiteiro tenha um programa de controle de mastite, que priorize a redução da taxa de novas infecções. Isso será possível através do uso de medidas de higiene das vacas de ordenha (conhecidas como pré e pós-dipping), além de um adequado funcionamento e desinfecção dos equipamentos a cada final do ciclo. Além disso, a desinfecção eficaz (do teto e das instalações) é necessária. Para tal, sugere-se o uso de um antisséptico tópico, indicado como desinfetante, emoliente e selador.
O Previne Mastite é um produto recomendado pela sua ação emoliente e seladora, que evita a rachadura dos tetos e a contaminação até a próxima ordenha. Quando diluído, pode ser utilizado na desinfecção e limpeza de estábulos, ordenhadeiras, equipamentos e instrumentos usados na agropecuária, eliminando os possíveis microrganismos presentes.
O treinamento da equipe também é essencial para que casos de Mastite sejam diminuídos entre as vacas do rebanho. É necessário que os funcionários saibam fazer a ordenha da forma correta, seguindo uma linha (vacas primíparas sem mastite, vacas pluríparas que nunca tiveram mastite, vacas que já tiveram mastite e que já foram curadas, vacas com mastite subclínica, e, por último, as vacas com mastite clínica), garantindo que não haja contaminação entre as vacas leiteiras.
É importante que o trabalhador saiba identificar casos de mastite (fazendo uso da CMT e do teste da caneca de fundo preto) para, assim, informar o médico veterinário responsável, que deverá iniciar o tratamento o mais rápido possível.
Caso o ordenhador tenha um caso de mastite confirmado, é importante que a vaca leiteira seja devidamente tratada para que se recupere o mais rápido possível. Geralmente são utilizados medicamentos anti-inflamatórios e antibióticos, como as pomadas com ação antisséptica, descongestionante, hidratante e cicatrizante.
Há uma clara relação entre o manejo nutricional e a ocorrência de mastite quando uma vaca leiteira é bem nutrida, tem sua resistência a patógenos melhorada.
Alguns micronutrientes e vitaminas, além de promover o aumento da produção de leite, têm relação direta com o funcionamento adequado do sistema imune. Se bem balanceados na dieta, afetam a capacidade da vaca leiteira em responder mais rapidamente a uma nova infecção da glândula mamária.
A dieta balanceada é essencial na proteção fisiológica das vacas leiteiras contra patógenos infecciosos. Assim, selênio, vitamina E, vitamina A, betacaroteno, zinco (Zn) e cobre (Cu), são alguns dos elementos que, comprovadamente, garantem melhor imunidade de vacas. E o mais importante: a suplementação destes micronutrientes na dieta tem baixo custo, resultando em uma relação custo-benefício favorável, quando aplicada em conjunto com as demais medidas de controle recomendadas.
Na pecuária leiteira, diversos são os pilares que garantem uma boa ordenha, porém o manejo nutricional, sanitário e as medidas curativas são os que garantem um processo de ordenha eficaz, com menores ocorrências de mastite e maior produtividade.
Você tem problemas com mastite em seu rebanho? Sabe a causa (e como solucionar) estes problemas? Conte para nós pelos comentários e até a próxima.