Você sabia que existe diabetes em cães e gatos? Nos dias de hoje, os animais de estimação estão fazendo cada vez mais parte da família dos tutores. Por isso, estão sendo mais e mais tratados como “humanos”. Apesar de eles não serem, os pets compartilham algumas características conosco. Uma delas é a possibilidade do desenvolvimento da diabetes.
Se você não sabia que cães e gatos podem ter diabetes, ou quer saber mais detalhes sobre a doença neles, continue a leitura.
A diabetes mellitus (DM) é uma endocrinopatia crônica muito importante na rotina médica veterinária. É, também, de elevada prevalência na clínica de pequenos animais, sendo bastante comum em cães e gatos.
É uma afecção de etiologia multifatorial, caracterizada por uma hiperglicemia e glicosúria resultantes: da deficiência na secreção de insulina (DM tipo 1); da incapacidade da insulina de exercer sua função biológica (DM tipo 2); ou ambos. Esses fatos resultam em alterações no metabolismo de carboidratos, lipídios e proteínas.
Diversos fatores estão envolvidos na causa da diabetes em cães e gatos, porém os mais importantes são: obesidade, idade, predisposição genética, doença renal, cardiopatias, hiperadrenocorticismo, hiperlipidemia e uso de alguns fármacos, como o glicocorticoide.
Os sinais clínicos de um animal com diabetes mellitus são inespecíficos. Por isso, podem facilmente ser confundidos com os de outras patologias. Porém, sinais como poliúria (excesso de urina), polidipsia compensatória (aumento na ingestão de água), polifagia (aumento na ingestão de comida) e perda de peso – os 4P’s – são comumente observados nesses pacientes.
Os tutores tendem a queixar-se que o animal passou a urinar mais e/ou apresentou cegueira súbita causada por formação de catarata. Em gatos, pode-se observar menor interação com os membros da família e ausência no hábito de lambedura e higiene dos pelos.
O diagnóstico da Diabetes em Cães e Gatos é realizado por meio de exame clínico e anamnese minuciosos. Então, o Médico Veterinário é capaz de identificar sinais clínicos característicos (4P’s), hábitos alimentares, uso de medicamentos e quaisquer outros fatores que possam ter implicação no surgimento da doença.
Ademais, a presença dos “4P’s” associados a constatação de hiperglicemia persistente após jejum e glicosúria são imprescindíveis para determinar o diagnóstico.
Assim, Nelson & Couto et al., (2015) recomendam uma completa avaliação da saúde do paciente diabético, e a realização de exames complementares logo após o diagnóstico inicial. Isso para identificar qualquer doença concomitante que possa estar causando ou colaborando para a resistência insulínica.
O recurso terapêutico da Diabetes em Cães e Gatos é semelhante àquele instituído na medicina humana. Logo, Insulinoterapia, monitoramento glicêmico, medicamentos hipoglicemiantes, manejo alimentar, exercício físico e controle de peso são as bases terapêuticas recomendadas. Contudo, como não há cura para a doença, esses métodos são feitos no intuito de diminuir seus sinais clínicos.
O tratamento desta doença é um permanente desafio, por ser complexo e dependente da implementação efetiva de diferentes estratégias terapêuticas. Além da total cooperação dos tutores, claro.
Em sumo, o conhecimento dos fatores de risco e doenças associadas à Diabetes em cães e Gatos é de extrema importância para o médico veterinário definir o protocolo terapêutico adequado. Assim, ele garante o manejo adequado desta endocrinopatia e previne a ocorrência de complicações maiores, como a catarata diabética.
E então, gostou de se inteirar sobre a diabetes em cães e gatos? Conte para nós nos comentários!