Blog Pet

Voltar

MERCADO DE GATOS EM CRESCENTE ASCENSÃO

2021-04-20 17:04:59
Labovet
20
abr2021
Mercado de Gatos

O mercado PET vem avançando na economia brasileira e de acordo com a Abinpet (Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação)¹ faturou R$ 22,3 bilhões em 2019. Hoje os lares brasileiros contam com mais animais de estimação do que crianças, segundo dados recentes do IBGE² (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). E desses mais de 141 milhões de animais, 24,7 milhões são felinos. O crescimento acumulado de gatos de 2018-2019 foi de 3%, quase o dobro dos cães (1,7%). No Brasil os cães ainda são muitos, cerca de 55 milhões, mas em países como Alemanha, Estados Unidos e França os bichanos já são maioria em relação aos cachorros.

Esse aumento no desejo por gatos se dá porque as pessoas querem ter um companheiro mas que tenha certa independência. Os cachorros ainda são os melhores amigos dos seres humanos e maioria nos lares brasileiros, mas com uma rotina de trabalho e social agitada, as pessoas buscam um amigo de estimação que possa ter uma maior autonomia. De acordo com levantamentos dos órgãos responsáveis, até 2022 o número de gatos pode ser igual ao de cachorros.

De acordo com a Anclivepa-GO (Associação Nacional de Clínicos Veterinários de Pequenos Animais de Goiás) o atendimento de felinos hoje é cerca de 30%, enquanto há 20 anos era de 5% a 7%. Os pet shops e clínicas veterinárias vem prestando atenção nesse mercado de gatos e ampliando suas ofertas de produtos e serviços para eles.
A pesquisa da CVA Solutions³, Petcare Cães e Gatos 2020, apontou que os donos de gatos (também conhecidos como gateiros) gastam em média R$ 294 por mês com seus animais, entre medicamentos veterinários, alimentos e cuidados. O que os gateiros mais procuram são formas de mimar seus gatinhos e deixá-los confortáveis com ou sem sua presença.

Saúde dos gatos

A pesquisa da CVA Solutions apontou que mais de 70% dos tutores entrevistados veem seus animais de estimação como parte da família e os tratam assim. Portanto, investem em bons produtos para saúde e bem-estar deles.
De acordo com a médica veterinária do Paraná, especialista em felinos, Camille Cesca Fauro, um dos pontos mais importantes no cuidado com os bichanos é sua saúde urinária e renal. “Os felinos são originários do deserto, e ainda carregam características de animais oriundos de lá. A principal é a baixa ingestão de água. Isso porque na natureza sua principal fonte de ingestão hídrica são suas presas (pequenos roedores possuem cerca de 70% de água por exemplo)”, explica.

A fisiologia renal dos gatinhos também contribui para predisposição de doenças renais. “Além do uso de rações secas, que podem agravar os problemas renais devido a falta de umidade, gatos possuem 200.000 néfrons (unidade funcional do rim) enquanto os cães possuem 400.000”, destaca Camille.

Os gatos se higienizam por meio das lambeduras, por isso é importante a escovação dos pêlos independente do tamanho. “Quando possuem muitos pelos mortos, durante a lambedura eles podem ingerir em excesso ocasionando as famosas bolas de pelo ou tricobezoares, que podem causar vômitos e até obstrução intestinal. O ideal é fazer a escovação retirando os pelos mortos, no caso dos gatos com pelo curto a frequência indicada é uma vez por semana, em gatos de pelo médio de 2 a 3 vezes por semana e gatos de pelo longo dia sim, dia não”, explica a veterinária.

Alimentação

Gatos gostam de alimentos mais úmidos, por isso preferem sachês ou patês, que podem ou não ser misturados com rações secas normais. “Na natureza os gatos costumam comer presas (pequenos animais) e o alimento úmido se assemelha à essa alimentação. É importante utilizar as rações úmidas também para ajudar na reposição hídrica do felino”, conta a veterinária. De acordo com a pesquisa da CVA 52,1% dos donos dão sachês para seus gatos.

Apesar das preferências, a alimentação adequada dos gatinhos é de acordo com sua idade. Logo quando bebê ele ainda mama na mãe ou se não a tiver mais é preciso de um leite específico. Na fase adulta podem ser rações secas ou úmidas, tomando o cuidado de alternar marcas e sabores para que o bichano não enjoe e pare de comer. Quando idoso, é melhor os patês para que o animalzinho não tenha dificuldade de mastigar e possa continuar se alimentando bem.

Comportamento

Os bichanos têm um comportamento mais independente e autônomo, mas isso não significa que eles não precisam de atenção. Camille destaca que eles também gostam de brincar e que o tédio pode causar problemas de saúde. “Os gatos não necessitam de passeios diários como os cães, mas eles gostam muito de receber carinho e também de brincar. O tédio pode gerar ansiedade e com isso aumenta a ingestão de comida (o que pode levar a obesidade) e também outros problemas comportamentais”, conta. O ideal de acordo com a veterinária, é tirar pelo menos 15 minutos no dia para brincar com o gatinhos estimulando-os a correr e se exercitar. “Brinquedos recreativos que estimulam a caça são interessantes, já que são caçadores natos”, explica.

Normalmente os bichanos não gostam de mudar de ambiente e nem sair de sua casa obrigados. Quando os donos viajam e não podem levá-los, é comum procurarem um pet sitter. Alguém responsável e qualificado que irá cuidar do animal na casa dele. Se for um veterinário ou técnico já conhecido do seu pet shop ou clínica corriqueira melhor ainda. “Sempre optar pela criação indoor (dentro de casa). Gatos sem acesso à rua possuem maior expectativa de vida, pois ficam longe de brigas, acidentes, parasitas entre outros perigos”, detalha Camille.

Falando em veterinário, para tornar a consulta dos bichanos menos estressante, uma boa opção é o atendimento à domicílio. Além de ser útil nesses tempos de pandemia, pode diminuir e muito, o estresse do animal e assim facilitar a consulta. Outra boa opção são alas separadas para cães e gatos na clínica, ou caso isso não seja possível também pode separar dias e/ou horários para atendimento exclusivo de cada espécie.

Saiba mais sobre o mercado pet na nossa matéria Mercado pet cresce em meio a pandemia.

 

Fontes: Abinpet, IBGE, CVA Solutions