As clostridioses são doenças causadas por bactérias que acometem grande parte do rebanho brasileiro, não vacinado ou em situação de alto desafio, e possuem respectivas classificações que veremos mais à frente.
Como alguns produtores não vacinam regularmente o seu rebanho, prejuízos irreversíveis podem surgir motivados por diversas clostridioses e seus agentes etiológicos.
Existem cerca de 100 tipos diferentes de Clostridium sp, bactérias potentes que causam doenças a partir de toxinas. A descoberta dessas bactérias iniciou na metade do século XIX quando o Justinus Kerner, cientista germânico, aprofundou seus conhecimentos para entender o que causava intoxicações alimentares.
Logo, ele encontrou essas bactérias em formato de bastão, que mais tarde foram classificadas como clostridium.
Clostridium perfringens
Cerca de 10% dessas espécies de bactérias são patogênicas, e essa patogenia é classificada a partir de alguns fatores, como a interação do clostridium com o ambiente; fatores ambientais para determinar se a bactéria ou esporo germinará e produzirá toxinas, entre outros.
Após essas curiosidades, é válido afirmar que as clostridioses são divididas em quatro grandes grupos, que serão desenvolvidos ao longo da leitura, de acordo com as manifestações clínicas sobre os animais, bem como os sistemas afetados.
As clostridioses neurotrópicas são divididas em Botulismo e Tétano.
O Botulismo é uma doença causada pelas neurotoxinas produzidas pelo agente Clostridium botulinum tipo C e D, e acomete vários ruminantes. como os rebanhos de bovinos, ovinos, caprinos etc.
A clostridiose causa um quadro clínico severo, como a perda do tônus muscular da língua, dificuldade de locomoção e a paralisação dos músculos.
O Tétano é causado pelo C. tetani que causa alterações no sistema nervoso central. Como consequência, em pouco tempo causa: rigidez muscular, dificuldade de locomoção, timpanismo, contrações involuntárias, dificuldade em abrir a boca.
As clostridioses mionecrosantes são representadas pela Gangrena Gasosa e Carbúnculo Sintomático.
A Gangrena Gasosa é causada, na maioria das vezes, pelo Clostridium perfringens, mas outras espécies podem provocar a doença como o Clostridium septicum e C. sordellii, manifestando febre, apatia, perda de apetite, taquicardia, quadro toxêmico e presença de edema crepitante na musculatura esquelética e no tecido subcutâneo, hemorragia e necrose.
O Carbúnculo Sintomático causa febre, depressão, claudicação, necrose, gangrena, perda de apetite, inchaço no local acometido, músculos inflamados com a coloração avermelhada.
A Enterotoxemia é um tipo de clostridiose entérica. causada pelos Clostridium perfringens B, C e D. São bactérias anaeróbicas, gram positiva, de fácil permanência na natureza, solo e trato intestinal dos animais. Essa bactéria contamina o animal através da via oral. Os Clostridium tipos B e D são os com maiores índices de letalidade, por produzir a toxina épsilon, uma das mais potentes de origem microbiana. Já o Clostridium tipo C produz a toxina beta.
Quanto à sintomatologia, os animais infectados podem apresentar: alteração na motilidade do trato gastrointestinal, fezes fluidas, ataxia, cegueira, lesão neurológica, opistótono e convulsão.
Conheça mais sobre as clostridioses hepatonecróticas: Hemoglobinúria Bacilar e Hepatite Necrótica.
A Hemoglobinúria Bacilar é causada Cloristridium haemolyticum e suas toxinas e possui altas taxas de letalidade. Suas manifestações clínicas são: diarreia sanguinolenta, anorexia, hemoglobinúria, apatia e dores abdominais.
A Hepatite Necrótica atinge o fígado dos ruminantes e a evolução da doença ocorre entre 12 e 36 horas, acarretando em: febre, abatimento, anorexia, diarreia e morte súbita.
Em todos esses tipos de clostridioses, a vacinação é a forma recomendada e mais assertiva para manter os ruminantes saudáveis e longe destes perigos. Com nossa conceituada linha de vacinas, seu rebanho fica protegido contra as principais clostridioses. Venha conhecer nossa linha de vacinas entre elas Starvac e Clostrimune 10 TH.
Texto: Samara Kalene
Médica Veterinária: Analaura Pereira – CRMV-SC 09126